domingo, 18 de janeiro de 2009

Somos o que sentimos...

É como diz a música: “de tantas mil maneiras que eu posso ser, estou certa que uma delas vai te agradar...”. Mas, quem disse que eu quero te agradar? E quem disse que não? Se nem sempre as coisas são como parecem ser, por vezes são. Exatamente como. Simples assim. Ou não... Quem sou? Posso ser muitas coisas, posso falar tantas outras pra que, de repente, você tenha uma vaga idéia de quem eu seja. E daí? Posso mentir, ocultar, exagerar, divagar, iludir... Mas, como poderia te dizer, de verdade, quem sou em simples palavras? Poderia até tentar, quem sabe criar um conceito sobre mim, sobre quem fui, sobre quem posso ser. Mas, a questão é que não caibo num único verbo, ninguém cabe... Não é uma questão de ser, e aí até poderia dizer que é uma questão de estar, mas o ser humano é bem mais que isso (ser, estar, permanecer, se tornar...). Eu até poderia tentar, com toda sinceridade, me definir. Se eu acreditasse em definições, quem sabe eu tentaria. Não acredito! Não tento! Definir é rotular. E pessoas não cabem em rótulos (algumas até...), conceitos fechados são só pra aquelas pessoas que se apegam a toda forma de convenções. Rotulam-se, se amoldam ao que é dito “normal”, fazem exatamente o que esperam delas, deixam de viver. Acredito no sentimento, no gesto, no afeto, nas pessoas que amo e que jamais quero perder, no coração acelerado cada vez que “aquela” pessoa te olha, e um simples toque daquele alguém faz seu corpo inteiro estremecer, acredito na cumplicidade, na intimidade que somente duas pessoas que realmente esperaram uma pela outra conseguem ter, acredito no carinho imediato e na identificação que surge logo no primeiro momento, na entrega de cara sem dúvida alguma, acredito na força das palavras e no silêncio do olhar que grita vontades dentro da gente, acredito nos instantes bobos ou nos momentos mais sérios, no papo cabeça ou naquela conversa sem nenhuma pretensão em que falamos o que nos vêm a mente sem o medo de parecermos “idiotas”, acredito em todas essas “coisinhas” que de tão tolas não poderiam ser mais sábias, que de tão simples gigantescas se tornam quando nos vemos inteiros no outro, pequenos-enormes momentos que nos fazem querer permanecer pra sempre em alguém. Acredito no que sinto, e só... Porque o que determina quem somos é o que sentimos, as pessoas que nos cercam, e os momentos que passamos com elas. Pessoas, gestos, afetos, momentos nos fazem “SER”. Frustrante quando por medo, por covardia, pressão, obrigação, ou seja lá porque for, até pelo que não entendemos ou pelo que pensamos ser nobre, lutamos contra o que sentimos, deixamos de cultivar momentos, silenciamos saudades, reprimimos vontades, desperdiçamos afetos, abandonamos o gesto, deixamos de ser nós mesmos (nossa essência se perde quando fazemos o contrário do que o nosso coração sente e quer)... Porque não se trata apenas de quem somos, mas do que sentimos, do caminho que escolhemos, onde queremos chegar e, sobretudo, das pessoas que vamos querer que estejam lá, pra dividir nossos melhores e piores momentos. Por isso, não deixe que pessoas que verdadeiramente te são importantes saiam da sua vida, jamais deixe que falte o gesto, o carinho, o abraço, ou simplesmente o olhar, aquela palavrinha que em dado minuto pode mudar tudo. Reconstruir o que se julgava perdido. Não permita nunca que medos, obrigações, imposições, e a falta de atitude te impeça de viver o que você sempre esperou. Pessoas e histórias se perdem o tempo todo. Não se perca de você. Não se perca de quem você sempre desejou. Espere o seu tempo, mas não deixe passar a hora. Não arrisque demais. Dizem que só existe um momento para ser feliz: o agora! Sei que não é simples assim, embora eu relute tanto, sei que algumas coisas só podem acontecer no depois (é preciso que um ciclo se feche completamente pra que outro se abra por inteiro, eu sei! Mas nem sempre é fácil esperar)... Seria o tal tempo certo das coisas? Sem dúvida! O segredo é não deixarmos que o tal momento certo se perca em tantos “depois”. Tomara que saibamos fazer isso... Tomara...!